domingo, 5 de dezembro de 2010

Entidades pedem piso salarial de R$ 4.650 para fisioterapeutas

          O presidente do Sindicato de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Estado de São Paulo (Sinfito), Edson Stefani, defendeu o aumento do piso salarial da categoria. Ele participou de audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família para discutir o Projeto de Lei 5979/09, que fixa o piso salarial de fisioterapeuta e terapeuta ocupacional em R$ 4.650. Segundo Stefani, o piso praticado hoje é baixo, variando entre R$ 650, no Rio de Janeiro, e R$ 1.560, em São Paulo.
          Esse piso salarial está associado a um número muito elevado de profissionais brasileiros em comparação à média internacional. Segundo o presidente da Associação de Fisioterapeutas do Brasil, Reginaldo Antolin Bonatti, são 140 mil fisioterapeutas no País, ante 350 mil em todo o mundo. Já os terapeutas ocupacionais são 15 mil Brasil, disse o representante do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito), Eduardo Olívio Ravagni Nicolini.
          O relator do projeto, deputado Dr. Paulo César (PR-RJ), disse que está estudando a situação financeira dos diferentes municípios brasileiros – as carreiras integram o sistema público de saúde –, mas não pretende alterar o valor proposto pelo projeto.
          Custos da formação
          Ao defender a elevação do piso salarial, os participantes da audiência pública afirmaram que 90% dos fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais são formados em universidades privadas, o que exigiria um investimento muito alto. Segundo Stefani, apenas com mensalidades os gastos chegam a R$ 72 mil na graduação.
          O deputado Mauro Nazif (PSB-RO) estima que, até concluir uma especialização, esses profissionais gastem quase R$ 130 mil. Assim, com o piso atual, seriam necessários cerca de oito anos para recuperar esses gastos. Com o valor proposto, esse prazo cairia para cerca de 2,5 anos.
          Ao justificar o pleito por melhores salários, Reginaldo Bonatti afirmou que a fisioterapia brasileira é considerada uma das melhores do mundo. "O Brasil teve o maior crescimento no número de publicações científicas. São publicações de impacto, que têm qualidade e servem de referência para trabalhos internacionais", disse. Para Nazif, o novo piso permitirá ao profissional atualizar-se ainda mais, além de incentivar aqueles que estão se formando.

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